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Se você pensa na vida, fica animado ou triste?

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Poderíamos aprender todos os dias, com tudo, mas não o fazemos. Por quê? Por cansarmos de ver, talvez? As ruas que precedem nosso trabalho, os rostos que se perdem nos passos a passarem rápidos demais. Ouso dizer que a receita de uma vida inteira bem vivida caberia no ensinamento de poucas semanas. Para isso, bastaria a difícil tarefa de perceber o simples. Mas, como a complexidade pode ver o simples?

Viver com simplicidade requer um olhar igualmente simples, mas um olhar simples requer tanto desprendimento dessa mente corrompida construída desde cedo que pode parecer uma tarefa impossível essa de notar as grandes riquezas que batem a nossa porta todos os dias. Refiro-me a um colega que você não vê há tempos ou a um muro no qual você se encostava para ficar observando alguém de quem gostava. Aliás, onde estará aquela sua paixão da escola?

Revisitar sensações não deveria ser tão complicado, muito menos sofrível. A maioria das pessoas que conheço diz que fica triste se pensa muito na vida. Eu, pelo contrário, quando me sinto triste, penso na vida, vejo tudo de maravilhoso que tenho e consigo me animar para o dia seguinte.

Aprendo muito a cada nova escola que visito para palestrar. Porém, nesta semana, antes mesmo da palestra acontecer, eu já me via a aprender. O caso é que não é sempre que voltamos ao lugar onde tudo parece ter começado. Palestrar na escola que mais me ensinou, rodar por entre os corredores que por anos sustentaram minhas dúvidas não é uma tarefa qualquer, é uma dádiva.

Talvez, você não saiba leitor, mas este texto não é escrito na sexta, mas, sim, na madrugada de quarta para quinta-feira. É uma forma de organizar o jornal da melhor maneira possível, evitando imprevistos e sobrecargas no pessoal que vive correndo contra o tempo atrás das notícias que não têm hora marcada.

Bem, eu quis tocar nesse ponto pois a palestra a qual me referi – em minha antiga escola – será na quinta de manhã. Logo, ela ainda não aconteceu. Sendo assim, não posso retransmitir a experiência única de voltar a esse lugar sagrado que em muito impulsionou meus sonhos. O que posso fazer é passar a vocês as pré-sensações e, talvez, na semana que vem, aí sim, descrever como tudo ocorreu em minha cabeça.

Contraste interessante tentar prever, orquestrar o pensamento, como se não fosse o próprio pensamento o maestro a reger cada sentimento que se passa por quem passa tão profundamente pelo seu passado. Bem, faz doze anos que saí da escola: isso, afinal, é pouco ou muito? Para mim, parece ter sido ontem. Algumas sensações perderam a intensidade, é verdade, principalmente em se tratando das paixões. Sei disso, pois quando lembro as desviadas de olhar durante o recreio, penso: “devia ter encarado-a por mais tempo”. Este pensamento é um sintoma claro do esquecimento de como era estar apaixonado e sentir o coração disparar no simples olhar que ela me entregava.

Tenho saudade de muitos tempos, mas não voltaria a morar neles. Quer dizer, por vezes, eu volto: tipo casa antiga que não vendemos, sabe? Eu vou lá, caminho por entre as memórias e sorrio para os vultos, a fim de que não se tornem fantasmas. Por vezes, a mágica acontece e eles me sorriem de volta. Neste momento, nas lembranças do passado, eu me abasteço de forças para seguir em frente.

Não sei quando reencontrarei alguém, não sei quem será e como estará. Não sei nem quem eu serei. Vocês não acham isso incrível? Pois deveriam.

Cabem surpresas na esquina, tente não passar de cabeça baixa por ela. Tente parar ali, por uns minutos, fique a observar. Faça isso hoje, amanhã, semana que vem. Fique parado e você vai sentir que a vida te encontra.