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2021 encerra com maior percentual de famílias gaúchas endividadas da série histórica

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O indicador de percentual de famílias com conta em atraso também aumentou, mas o de persistência da inadimplência atingiu o menor nível histórico

Foto: Reprodução

A pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores Gaúchos (PEIC-RS), da CNC, encerrou o ano com o maior percentual de famílias endividadas desde o início da série histórica em janeiro de 2010. Divulgada pela Fecomércio-RS em 12 de janeiro, a pesquisa revelou que além do percentual de famílias endividadas ter aumentado, o percentual de famílias que se considera muito endividada também cresceu muito, o que liga um sinal de alerta para os próximos meses para a dinâmica da inadimplência, tendo em vista o encarecimento do crédito e a pressão inflacionária sobre os orçamentos domésticos. O indicador de famílias com contas em atraso voltou a crescer, alcançando 26,8%, todavia o indicador que mostra o percentual de famílias que não terão condições de pagar nenhuma das suas dívidas em atraso atingiu a mínima histórica: 2,4%.

Em dezembro de 2021, a PEIC registrou o recorde de famílias endividadas: 88,7%. Em novembro de 2021, esse percentual era de 86,1% e, em dezembro de 2020, correspondia a 71,6%. Esse aumento é mais sensível nas famílias de menor renda (até 10 salários mínimos) em que 90,9% registraram a condição de endividadas (o maior percentual da série histórica). Contudo, a alta também se verificou nas famílias de maior renda, passando de 75,5% em novembro de 2021 para 79,6% em dezembro de 2021. A média da parcela da renda comprometida com dívidas foi de 21,0%, o que representou um aumento ante o mês anterior (20,2%), sendo de 21,7% para as famílias com menos de 10 salários mínimos (S.M.) e de 18,3% para as de maior renda. Outro ponto relevante a se destacar nesta edição diz respeito ao tempo de comprometimento com as dívidas. Atualmente, as famílias tem um comprometimento médio de 6,8 meses com o pagamento de dívidas e esse prazo teve aumento tanto em relação ao mês anterior (6,5 meses) quanto em relação ao mesmo período de 2020 (5,8%).

O alongamento do prazo pode estar sendo usado como uma estratégia por parte das famílias para evitar uma alta maior na inadimplência ou a persistência da mesma. O indicador de dívidas em atraso registrou leve aumento indo de 25,3% em novembro de 2021 para 26,8% em dezembro de 2021. Em relação a dezembro de 2020, o indicador ficou praticamente estável (26,4%). A despeito do aumento, o nível do percentual ainda não preocupa, mas a trajetória de alta continuada inspira atenção. A conjuntura dos próximos meses pode se revelar bastante desafiadora para as famílias, o que pode impactar na inadimplência.

Já o percentual das famílias que não terão condições de quitar suas dívidas dentro dos próximos 30 dias registrou nova mínima histórica: 2,4%. Em novembro de 2021, o percentual foi de 2,7% e em dez/21 de 9,6%. A continuidade das quedas no indicador revela que as famílias seguem sem medir esforços para manter em dia a quitação de suas dívidas.

“O que temos visto é que o crédito tem sido fundamental para as famílias se manterem consumindo nesses tempos de inflação elevada e dinâmica fraca do mercado de trabalho. E para isso continuar, é preciso preservar a adimplência, por isso tamanho esforço das famílias em evitar a persistência de contas em atraso.”, comentou Luiz Carlos Bohn, presidente do sistema Fecomércio-RS.