Desvestindo conteúdos

Há tempos já queria escrever sobre esse tema. Desde que fiz breves apontamentos sobre todas as vidas serem importantes, em 11.09.2020, algumas pessoas vieram me dizer que seria necessário mais espaço para a reflexão, que determinados assuntos poderiam ser mais desenvolvidos, por complexos. 

Eu ousei, na minha inexistente humildade, discordar. Afinal, é cediço que meu objetivo nunca foi esgotar nenhum assunto aqui, mas plantar sementes de curiosidade nas pessoas, às vezes – quase sempre – externando meu ponto de vista. Aliás, eu nunca tive essa pretensão. Nem aqui e nem em lugar nenhum. 

Aliás, nesse aspecto, vou parafrasear José de Alencar, quando disse que “Todo discurso deve ser como o vestido das mulheres; não tão curto que nos escandalize nem tão comprido que nos entristeça”. Vou além, e ouvi isso de alguém que não me lembro quem, mas está difundido na internet com diversos “pais e mães”. Ouso dizer que “os discursos são como minissaias: nem tão curtos que não cubram o essencial, e nem tão compridos que escondam a beleza e não aticem a curiosidade”. 


Eis a ideia central dos meus textos: serem, para o leitor, como vestidos ou minissaias. Ou seja, taparem o essencial sem nos tirarem a curiosidade. 

Por tratar da minissaia, por óbvio que esse texto deveria ser escrito a quatro mãos, acompanhado de uma mulher. Porém, em um mundo onde tudo é “pano para manga”, como hoje, ponderamos e entendemos que melhor seria que eu escrevesse sobre a minissaia. Afinal, mantenho as minhas contas em dia para poder dizer o que eu quero, desde que não ofenda ninguém. 

Nesse ponto, aliás, adianto que, tendo em vista essa situação, o assunto que será escrito em conjunto com a colega será, justamente, a conclusão de Umberto Eco, quando diz que as redes sociais deram voz a uma legião de imbecis. Afinal, esses é que não compreenderiam, talvez, mulheres falando sobre minissaias. Alguns, aqui, podem dizer: mas o SERRANOSSA deu voz a um imbecil como tu, Thiago, dizendo isso. 

Verdade, eu diria! Alguns, de fato, podem me achar um verdadeiro imbecil. Não lhes tiro o direito. Muito menos a razão. Porém, eu tento trazer assuntos para reflexão, enquanto que os imbecis das redes sociais, retratados por Umberto Eco, tentam impor conclusões suas aos demais, sendo, sempre, os donos da razão. 

Entre um e outro, eu ainda prefiro a minissaia.


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