Exemplo gaúcho de combate à informalidade é compartilhado no Rio

O comércio ilegal no Brasil é uma realidade que não para de crescer. No ano passado, a economia paralela movimentou R$ 1,173 tri (16,9% do PIB) contra R$ 983 bi em 2017. O problema tem sido uma das principais pautas da Fecomércio-RS que, através da Comissão de Combate à Informalidade, vem atuando incansavelmente para atacar de frente o assunto. Pioneira no país, a ação gaúcha foi compartilhada no Rio de Janeiro, no dia 9 de setembro, a convite da Câmara Brasileira do Comércio de Produtos e Serviços Ópticos (CBÓptica), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
 
O trabalho foi apresentado pelo coordenador da Comissão, Daniel Amadio, também presidente do Sindilojas Regional Bento. Ele relatou que só no Rio Grande do Sul a perda na arrecadação equivale a R$ 5,66 bi somente no ano passado. Segundo ele, dados do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial e do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas mostram que o valor saltou de R$ 52,7 bi para R$ 76,48 bi de 2017 para 2018. “A pirataria é um assunto que levamos muito a sério. Percorremos o estado conscientizando entidades, poder público e iniciativa privada que, na maioria das vezes, não se dão conta que toda pessoa que adquire um produto falsificado e contrabandeado está alimentando a violência no Brasil. Isso porque grande parte desses produtos chegam pelas mãos de traficantes de armas, drogas e até de pessoas, utilizando rotas e mecanismos similares”, destaca. Junto com Amadio também esteve presente o presidente do SindiÓptica-RS, André Roncatto.
 
O exemplo vem chamando a atenção de outras Federações que já manifestaram interesse em conhecer melhor o trabalho para implantar medidas em seus estados. No Brasil, a Fecomércio-RS é a única a atuar neste sentido e compartilhar esta experiência com outras unidades. “Ficamos felizes em poder inspirar outras Federações a atuar no combate à informalidade. Esperamos poder contribuir e ver surgiu mais braços nesta luta Brasil afora”, avalia Amadio. Mais de 15 entidades gaúchas integram a Comissão, entre elas a Fiergs, Federasul, AGAS, ACPA, FCDL e Procon RS.
 
No dia 12 de agosto, a atuação da Comissão de Combate à Informalidade no RS ganhou voz junto à Assembleia Legislativa com a criação de uma Frente Parlamentar Gaúcha de Combate à Pirataria, uma conquista que dá força ao movimento.