A existência de uma residência destinada aos alunos é vista como um incentivo para que os jovens de outras cidades deem continuidade aos estudos no câmpus de Bento Gonçalves do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). Em reunião do Conselho do Campus, realizada no final de maio, ficou definido que uma nova Casa do Estudante será construída e que o antigo internato – atualmente desativado – não será mais reformado.
O diretor-geral do IFRS de Bento Gonçalves, Luciano Manfroi, comenta que enquanto a nova moradia não for construída, os alunos seguirão recebendo o auxílio. Segundo ele, antes de o conselho deliberar que o antigo internato permaneceria fechado e não seria mais reformado, cada segmento ali representado (administração do campus, docentes, alunos e comunidade) foi consultado. A partir de agora, será feito um levantamento da demanda para que posteriormente o projeto possa ser elaborado. Os recursos para viabilizar a obra serão captados somente após o projeto ser finalizado.
Embora a decisão seja vista com bons olhos pelos estudantes, eles reclamam de atrasos no pagamento do auxílio. “Até que a Casa do Estudante fique pronta, os alunos serão muito prejudicados. Muitos vêm de longe, em sua maioria filhos de pequenos agricultores que querem que o filho tenha uma boa formação. Se a escola não bancar a moradia, eles não têm condição de pagar o aluguel”, observa o presidente do Grêmio Estudantil, Guilherme Poletti.
Eles também defendem que o antigo internato poderia ser reformado, o que faria com que os estudantes permanecessem dentro da instituição, dando mais segurança e tranquilidade para os pais. “É uma escola que inicialmente tinha o propósito de atender e dar qualificação técnica aos alunos vindos da agricultura, e que, a meu ver, está querendo mandá-los embora”, lamenta, frisando que o número de alunos do interior vem diminuindo.
Repasses
Atualmente o auxílio-moradia é concedido a 98 estudantes. São três faixas de valores (R$ 200, R$ 300 e R$ 400), que variam conforme a renda familiar. A proposta de reformar o antigo internato surgiu em 2013. Na época, o local recebia 75 alunos, somente menores de idade do sexo masculino que cursavam o Ensino Médio (técnico).
Desde 2014, como as tratativas para as melhorias estavam em andamento, os estudantes passaram a receber um auxílio-moradia. O benefício foi estendido também a alunos maiores de idade de ambos os sexos, incluindo os cursos superiores. Com isso, o número de beneficiados subiu para 107 em 2014. A reforma passou a ser questionada em agosto do ano passado, após a finalização do projeto. “Aumentamos o número de estudantes atendidos com auxílio-moradia e não estamos deixando a desejar”, defende o diretor.
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