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Importados vendem quatro vezes mais que nacionais

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Apesar de uma estagnação no consumo dentro do país, o mercado de vinhos gaúchos segue enfrentando a concorrência com os importados como maior empecilho. Depois do grande impulso gerado pela Copa do Mundo no Brasil no ano passado, as exportações também encaram uma grande queda nos primeiros meses de 2015. E a aposta em eventos internacionais segue como esperança para reverter o quadro até o final do ano.

A comercialização de derivados da uva caiu 2,39% de janeiro a maio de 2015, em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). O levantamento inclui vinhos, espumantes, sucos de uva, vinagres e destilados produzidos no Rio Grande do Sul. A queda é consequência, principalmente, da crise econômica enfrentada pelo país. “O setor está relativamente bem, se compararmos com outros do Brasil”, avalia o diretor técnico do Ibravin, Leocir Bottega. 

Entre os vinhos de mesa e viníferas, a redução nas vendas foi de 4,34%. A maior queda foi na comercialização a granel, vinho usado como matéria-prima para outros produtos ou engarrafado fora do Estado. Com baixo valor agregado desses e estabilidade do vinho embalado, o dado não é preocupante, segundo Bottega. “Nossa maior dificuldade é competir com os importados. A tributação para o setor, nem tanto no final, mas no início da produção, nos faz perder competitividade com países como Argentina e Chile, que recebem muitos benefícios no setor primário. Seus custos de produção são muito inferiores”, explica o diretor técnico. 

Além disso, há a resistência do brasileiro em optar pelo produto nacional (veja o comparativo no quadro abaixo). A divulgação na televisão, em programas como o “Globo Repórter”, que apresentou os benefícios do suco de uva, é uma das apostas para melhorar a imagem. A próxima novela das 18h da Globo, “Além do Tempo”, deve popularizar a produção vitivinícola e, espera-se, as vendas. “Creio que até o final do ano teremos resultados muito positivos”, prospecta Bottega. 

Os espumantes e sucos, produtos com destaque cada vez mais reforçado pelo setor, foram os responsáveis por reverter o quadro de baixa no consumo interno neste ano, ao lado do conhaque. O crescimento nas vendas foi de 19,28%, 9,34% e 42,91%, respectivamente. 

Exportações

Mesmo consideradas pouco significativas no setor, as exportações consistem no dado mais contrastante entre os apresentados pelo Ibravin. Em comparação com o mesmo período de 2014, as vendas para o exterior neste ano caíram 69%. Enquanto no ano passado 1.741.415 litros já haviam sido exportados nesta altura do ano, em 2015 foram registrados 500.554 litros vendidos. 

O declínio é justificado pelo grande aumento nos dois últimos anos, em razão da Copa do Mundo do Brasil. “O país estava em evidência. A expectativa é que isso se retome com os Jogos Olímpicos”, afirma Bottega. A alta do dólar e a redução dos recursos federais para a promoção do produto também são apontados como entraves de 2015. “Mas isso não interfere muito para o setor, o Brasil não é um grande exportador de vinho”, completa o diretor técnico.

A Vinícola Aurora, de Bento Gonçalves, foi a maior exportadora de vinhos do Brasil em 2014, com faturamento de US$ 2,8 milhões, segundo dados divulgados em fevereiro. A gerente de exportação da empresa, Rosana Pasini, confirma a Copa do Mundo como responsável pelo incremento, mas destaca que a companhia mantém ações constantes de promoção de seus produtos. “Temos uma estratégia de exportações em longo prazo, com grandes clientes e importadores internacionais que possuem um plano de importação que  não se baseie em apenas um ano, por causa dos grandes eventos. No ano passado aproveitamos para ficar com maior exposição no ponto de venda e fazer mais promoções para divulgar a marca, o que gerou muitas vendas pontuais no primeiro quadrimestre do ano”, afirma a gerente.

Reportagem: Priscila Pilletti


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