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ITPS e Hospital Tacchini lançam robô que identifica infecções

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A Qualis Soluções em Infectologia e o Instituto Tacchini de Pesquisa em Saúde (ITPS) estão lançando o robô-ISA (Infection Surveillance Assistant). Usando inteligência artificial (IA), ele realiza a busca ativa das Infecções Relacionadas à Assistência de Saúde (IRAS).

O Robô-ISA, um dos Projetos colaborativos de Responsabilidade Social do ITPS, nasceu de uma iniciativa criada em setembro de 2018, a partir do projeto INPARARE (do italiano “Aprender”). Pelo Tacchini, participaram do projeto as médicas Juliana Giacomazzi, Nicole Alberti Golin e Roberta Pozza, enquanto o médico. Rodrigo Pires capitaneou as ações na Qualis.  


Foto: Shutterstock/hospital Tacchini
 

Em artigo recentemente publicado na revista internacional Infection Prevention in Practice por pesquisadores do Tacchini e da Qualis, concluiu-se que o uso de algoritmos de IA na busca ativa global realizada pelo robô-ISA identificou as infecções com 90,3% de exatidão em testes diagnósticos. Além disso, a sua capacidade de predizer uma “não infecção” foi de 99,7%. O artigo completo pode ser acessado pelo link https://bit.ly/2XlxYH0

“Nosso robô foi programado para ter uma alta sensibilidade e valores preditivos negativos altos, para que as perdas de casos sejam as menores possíveis”, afirma Tiago Vaz, especialista em inteligência artificial e um dos autores do artigo.

Dados da literatura demonstram que um profissional de controle de infecção investe 18 horas por semana na busca ativa de infecções hospitalares para cada 100 leitos. Com a busca automatizada, é esperada uma redução de 80% no tempo investido para a busca ativa de infecções. O objetivo é que o humano apenas revise os resultados gerados pelo robô e confirme ou não o diagnóstico feito, a partir das informações compiladas no sistema. 

“A missão do ISA é procurar exaustivamente quais pacientes estão em risco de desenvolver infecções, diminuindo, assim, consequentemente o número de casos de sepse e de vidas salvas. O resultado é extraordinário e vai ao encontro da missão dos Projetos de Responsabilidade do ITPS", descreve a gerente do ITPS, dra. Juliana Giacomazzi.

A expectativa é que com a introdução do Robô-ISA na rotina do hospital, os profissionais de controle de infecção do Tacchini dediquem ainda mais tempo ao cuidado de prevenção de casos diretamente com o paciente. 

O que são IRAS?

Antigamente conhecidas como “infecções hospitalares”, as IRAS são aquelas infecções adquiridas após a admissão do paciente no hospital e que se manifestam durante a internação ou mesmo após a alta, quando puderem ser relacionadas aos procedimentos da assistência. 

Com base em dados de vários países, pode-se estimar que, a cada ano, centenas de milhões de pacientes em todo o mundo são afetados pelas infecções relacionadas à assistência. Elas resultam em internações hospitalares prolongadas, morbidade elevada, aumento da resistência dos microrganismos aos antimicrobianos, enormes custos adicionais para os sistemas de saúde, altos custos para os pacientes e suas famílias e mortes desnecessárias.

Conforme a Organização Mundial de Saúde, embora as IRAS sejam eventos adversos muito frequentes, as estatísticas globais permanecem desconhecidas devido à dificuldade em coletar dados confiáveis: a maioria dos países não possui sistemas de vigilância, e aqueles que os possuem lutam contra a complexidade e a falta de uniformidade de critérios para diagnosticá-lo.

A busca das IRAS é um processo realizado em sua maioria de forma manual. Ela conta com o expertise e tempo de profissionais especializados que identificam os pacientes que apresentaram as infecções, conforme critérios específicos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). 

Esses critérios, que também são derivados dos critérios internacionais preconizados pelo CDC (Centro de Controle de Doenças) americano, possibilitam que haja uma padronização de diagnósticos de infecção hospitalar e permitem que as instituições de saúde que os utilizam possam ser comparadas. Apesar disso, há várias formas de se realizar a busca ativa das IRAS e o processo irá depender de fatores de risco que cada instituição tem e da capacidade humana que os controles de infecção têm para realizar a busca nas unidades do hospital.