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Jornal de Folhas

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A modernidade e a evolução tomaram conta dos nossos lares, desde sempre. Não é de hoje que queremos o “novo” em nossas vidas. Principalmente no que diz respeito aos bens de consumo. 

Aliado a isso, estamos, todos, cada vez mais ansiosos. Aliás, Augusto Cury já escreveu que a “Ansiedade é o mal do século”. Queremos tudo na hora. Queremos a informação ao mesmo tempo em que o fato acontece. 

Antigamente, as correspondências eram todas escritas. A comunicação era feita por cartas, telegramas, telégrafos ou jornais impressos. Essas informações, por vezes, levavam dias para chegar. Saibam que, em períodos de guerra, o carro dos correios tinha prioridade em relação ao carro de bombeiros e até ambulância. Afinal, poderia ser uma notícia importante, uma convocação de caráter vital ou até a comunicação do passamento de um ente querido. 

A verdade é que as tecnologias vieram para ficar. Hoje temos, na palma das nossas mãos, acesso ao mundo todo com um simples mover de dedos. O jornal impresso, ainda assim, não perdeu e nunca perderá a sua majestade. 

Lembro, desde a minha infância, querer sentar e ler um exemplar do “The New York Times”, pois era um jornal com folhas gigantes, tal qual “A Folha de São Paulo” ainda é. Cada página desse jornal tinha quase um metro de comprimento. Lembro que, na entrada dos aviões da VARIG, havia dezenas de exemplares dos mais diversos jornais, com os quais os passageiros poderiam se distrair durante a viagem. E gratuitamente. Bastava passar e pegar. 

Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, um dos meus exemplos de obstinação, ainda que advogado de formação e tendo atuado muito nessa área, trabalhou em prol do crescimento e desenvolvimento do jornal e do jornalismo no Brasil, tendo dedicado grande parte de sua vida, após seus estudos na Europa, à aquisição de um jornal e à estruturação do segmento. E deu certo! Ele acabou por construir um dos conglomerados jornalísticos de maior importância no país, sendo articulador, interlocutor e protagonista de grandes eventos históricos no Brasil, dentre eles a eleição de Getúlio Vargas à presidência. 

Na semana passada, quando escrevi sobre a Sophia, e minha irmã leu para ela o texto que lhe foi dedicado, ela quis saber se isso estava em filme ou em “Jornal de Folhas”. Enchi-me ainda mais de orgulho da “minha garotinha”. Claro que eu, meu pai, avô dela, por óbvio, e o pai dela, estimulamos isso. Não quero ela na TV ou no Youtube, tablet ou celular. Quero ela caindo, se machucando e lendo “jornais de folhas”, como fazíamos. Só para ilustrar: meu pai sempre diz que devemos ler, nem que seja jornais velhos. São eles a nossa maior fonte de inspiração e capacidade de escrita. 

Eu me enchi de orgulho por saber que a Sophia sabe que existem ainda jornais escritos, que o mundo não se resume à internet, tablets ou celulares. A mídia escrita não morreu e não morrerá, no que depender de mim e da Sophia. 

Para quem achava que os “Jornais de Folhas” ficariam na memória dos mais antigos, imortalizada por Zé Ramalho na música “Chão de Giz”, o fato de a Sophia saber o que é um “Jornal de Folhas” e que esse ainda está presente em nossas vidas, me deu a esperança e a crença de que o “Jornal de Folhas” não soçobrará tão cedo. Ainda bem!
 

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