“Não arriscaremos um retorno precipitado”, afirma Leite sobre a retomada das aulas

Em transmissão ao vivo pelas redes sociais nessa quinta-feira, 13/08, o governador Eduardo Leite afirmou que as discussões sobre a volta às aulas continuam sendo feitas no âmbito estadual e municipal. 

“Ao lado do governo do Estado, as prefeituras são as grandes mantenedoras das redes de ensino. Por isso, os prefeitos precisam se organizar, seja o retorno no início de setembro ou mais adiante. Precisam identificar os protocolos demandados, os cuidados exigidos, fazer contratação de equipe, compra de materiais e de equipamentos necessários ao retorno seguro. Por isso, chamamos os prefeitos para dar início ao debate”, explicou Leite.

A sugestão apresentada pelo estado no começo da semana é a do retorno gradual e escalonado das aulas a partir do dia 31 de agosto para as redes pública e privada. O primeiro nível a voltar seria o Ensino Infantil. O Ensino Superior retornaria em 14 de setembro; o Médio e Técnico, em 21 de setembro; os anos finais do Ensino Fundamental, em 28 de setembro; e os anos iniciais, em 8 de outubro. O retorno às aulas presenciais ocorrerá, pela proposta do Estado, somente nas regiões que estiverem em bandeira amarela e laranja.



 

“A retomada iniciaria pela Educação Infantil justamente porque, nessa rede, o cumprimento de dias letivos não é obrigatório. O envio dos alunos pelos pais, portanto, não seria compulsório. Nos Ensinos Fundamental e Médio, os alunos estão estudando por meio remoto, porque as crianças já têm autonomia para acessar as aulas. O mesmo não ocorre na Educação Infantil, no qual crianças de zero a cinco anos têm pouca condição de terem estímulos e de se manterem atentas por meio remoto”, detalhou o governador.

Leite ainda ressaltou a condição financeira das escolas particulares. Na Educação Infantil, pais e responsáveis estão deixando de pagar a mensalidade das escolas, que poderão falir se não abrirem as portas. “Se essas escolas para essa faixa etária deixarem de existir, a rede pública não terá capacidade para suportar a demanda que surgirá”, ponderou Leite.

O governador ressaltou que a retomada da Educação Infantil será, antes de tudo, uma opção de prefeitos e pais. “Trata-se de retirar a restrição imposta pelo Estado. Os prefeitos poderão avaliar se seus municípios têm condições, e os pais que preferirem manter as crianças em casa inclusive devem fazê-lo. Queremos dar uma opção aos pais que não têm onde deixar as crianças e que precisam retornar ao trabalho”, reforçou.

Se os indicadores de contágio por Coronavírus começarem a subir (número de internações e de mortes, por exemplo), todo o cronograma inicialmente proposto será adiado. “Não arriscaremos um retorno precipitado. Há uma série de condicionantes. Nada será feito sem a convergência de prefeitos e especialistas e sem a segurança de que os indicadores apontam para um momento de estabilidade”, reiterou.

As aulas tampouco serão retomadas da mesma maneira como eram conhecidas. O modelo proposto é híbrido e envolve o ensino remoto (Google Classroom e plataformas, além das plataformas do ensino privado) e o ensino presencial, em turmas e horários reduzidos, com distanciamento em sala de aula e com uso de todos os equipamentos de proteção individual e adoção de medidas de higiene.


Foto: Gustavo Mansur