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ONGs, entidades e protetoras cobram soluções para a causa animal em audiência pública

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Dezenas de voluntárias e representantes de entidades se manifestaram na noite de terça-feira, 31/08, em audiência pública sobre o projeto de lei complementar nº 8/2020, que trata sobre a criação do Código Municipal de Proteção Animal. O documento contém 96 artigos que estabelecem penalidades para casos de maus-tratos, regulamentam canis e gatis, criam ações de conscientização e, entre outras medidas, dão corpo ao projeto de criação do Centro de Bem-Estar Animal – demanda antiga da comunidade. 

Durante a audiência, foram apresentadas sugestões para o código como o envio de um boleto opcional junto a contas do município, como o IPTU, a fim de que as pessoas interessadas auxiliem a causa com valores simbólicos. Também foi sugerida a utilização de uma unidade móvel para auxiliar nas castrações em bairros de maior vulnerabilidade social e a criação de uma rede de apoio à causa animal. Conforme a subcomandante da Brigada Militar de Bento, capitã Estefanie, hoje os pedidos de ajuda para animais é um dos chamados que mais movimenta o 190. “Neste ano, já recebemos 172 chamados relativos a cães, gatos, cavalos e outros animais precisando de ajuda e temos muita dificuldade em criar um fluxo de atendimento dessas ocorrências”, relatou. Dessa forma, a capitã sugeriu que seja criada uma rede de suporte, utilizando como exemplo aquela posta em prática em casos de violência doméstica. “Quando uma mulher é violentada, tem um hospital para ela ir e fazer exames e uma rede de apoio, uma casa de passagem também caso ela precise sair de sua casa. Com os animais precisa ser dessa forma também”, comentou.

Com 21 animais em sua residência atualmente, a protetora Noely Olbacher desabafou sobre a falta de medidas eficazes por parte do Poder Público. “Eu e várias outras pessoas estão sobrecarregadas de animais, com dívidas nas clínicas, porque não contamos com o apoio do município”, disse.

A voluntária da ONG Amigos Pet Michele Schimitz ressaltou que as protetoras da causa recebem pedidos de ajuda diariamente, durante seu período de trabalho, de descanso e aos fins de semana. “E a gente ajuda porque gostamos e sabemos que é necessário”, comentou. “Mas nós precisamos de ajuda policial e do Poder Público. Então, efetivamente, peço que cada um de nós estique um pouco mais seus braços curtos para que possamos ajudar os animais”, solicitou. 


Foto: Divulgação/Câmara
 

A protetora Grey Giotto sugeriu que seja feito um convênio com as clínicas veterinárias de Bento Gonçalves, a fim de auxiliar com os custos de tratamento dos animais feridos. “Algumas clínicas ajudam e muito, mas elas também têm altos custos. Não é incomum a gente gastar mais de R$ 2 mil em um único animal. E esse dinheiro vem do nosso bolso ou do bolso de pessoas que confiam na gente para fazer esse serviço”, disse. Grey ainda ressaltou a falta de reconhecimento que os voluntários da causa têm em Bento. “Quando tivemos o carrossel no centro para recolhimento de alimentos, nos disponibilizaram uma semana para fazer o recolhimento de ração também. Mas quando tinha a ação com os alimentos, a equipe da prefeitura trabalhou. Quando teve a ação do recolhimento das rações, tivemos que fazer escala entre as voluntárias para trabalhar. Onde isso é justo? No que é a gente é menor que as outras entidades? A gente faz o trabalho que deveria ser da prefeitura”, desabafou. 

No encerramento da audiência, o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Causa Animal, vereador Ari Pelicioli, afirmou que iria se reunir com os demais integrantes para fazer um resumo das sugestões, a fim de encontrar “um bom formato” para o código. “A semente está lançada e vamos colher frutos sim, talvez não do jeito que a gente espera.  Mas [essa mobilização] não será em vão”, afirmou.