Valor pago por idosos mal cobre folha de pagamento

Nesta semana circulou em Bento Gonçalves um e-mail acusando o Lar do Ancião de se negar a aceitar novos idosos na instituição e de cobrar um alto valor para abrigá-los. A presidente da entidade, Lourdes de Souza, rebate as acusações, explicando que o Lar do Ancião é uma instituição particular filantrópica, sem fins lucrativos. “Não temos objetivo de ter lucros, mas precisamos de rendimentos para manter a casa em funcionamento”, explica.

Segundo ela, muitas pessoas entendem erroneamente a função e o objetivo do Lar do Ancião. A verba recebida da prefeitura, esclarece, é repassada pelo governo federal e tem destinação específica. “O que sobra deve ser devolvido, não pode ser utilizado para quitar contas de água e luz”, exemplifica. De acordo com Lourdes, na antiga administração municipal os recursos repassados tinham destinação livre, podendo ser empregados onde a entidade tivesse necessidade.

Para a manutenção da instituição, não há nenhum repasse de recurso do município, tampouco para abrigar idosos carentes. Dos 61 vovôs mantidos no abrigo, 20 dependem da filantropia do Lar. “São idosos encaminhados pela Secretaria Municipal de Habitação e Assistência Social (Semhas) e cujas famílias pagam apenas um salário mínimo”, comenta. Há cerca de dois anos a entidade recebia também uma cesta básica para cada idoso mantido pela filantropia, porém o benefício deixou de ser repassado. Lourdes deixa claro ainda, que a entidade não é um asilo e que os idosos são residentes da casa.


A parte filantrópica acaba sendo sinônimo de prejuízo para a instituição. “O custo mínimo para manutenção de cada idoso é de R$ 1,2 mil. Dependendo das complicações ocasionadas pela idade, o valor aumenta”, salienta. Para cuidar bem dos moradores, o Lar do Ancião conta com profissionais de enfermagem, nutricionista, fisioterapeuta, motorista, cozinheira, auxiliares administrativos e de limpeza. Além disso, recebe apoio voluntário de psicóloga, médico e dentista. “Sobrevivemos graças a doações. A maioria é em material de limpeza ou alimentos“, conta Lourdes. Em dinheiro, são poucas as contribuições. “Hoje a conta do Lar está no vermelho”, afirma. Para se ter uma ideia, somente a conta de luz da instituição chega a R$ 5 mil mensais.

Para conseguir o equilíbrio financeiro, o Lar do Ancião tenta buscar recursos em diversas frentes, como emendas parlamentares. Entre outras medidas, protocola projetos na prefeitura para realizar, por exemplo, a construção de uma área de lazer. Atualmente, por falta de espaço, os idosos realizam exercícios físicos na capela. Outra necessidade do prédio que abriga a entidade, construído há 21 anos, é a reforma do piso, orçada em R$ 60mil.

Carina Furlanetto

 

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