Venda de ovos de Páscoa deve cair 7,1%
Pela primeira vez em 12 anos, a venda nominal de ovos de chocolate deve cair, com redução prevista de 7,1%, segundo estudo promovido pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). "A Páscoa é a segunda melhor data em vendas para o setor, atrás apenas das festas de fim de ano. O endividamento das famílias, o aumento de contas regulares como energia e combustíveis, o crescimento do desemprego e a alta dos preços dos chocolates contribuíram para um cenário de presentes menores, mas de confraternização em família e valorização da data", destaca o presidente da entidade, Antônio Cesa Longo.
Puxados pela alta do dólar, que impacta diretamente no açúcar e no cacau, matérias-primas do chocolate, os ovos de Páscoa estarão em média 16,2% mais caros do que em 2015. Por isso, chocolates menores devem ser as apostas dos consumidores gaúchos para incorporar a cesta. Os empresários do segmento projetam um crescimento de 8,3% na comercialização de caixas de bombons e de 12,1% na de chocolates em barra e em tabletes. Nestes itens, o impacto da inflação será um pouco menor, com alta de 15,6% e 13,9%, respectivamente.
Longo sublinha, ainda, que o calendário de 2016, com a ocorrência da Páscoa mais cedo que em outros anos, impulsiona as vendas para a última semana que antecede a data, dia 27 de março. "O calor dificulta o armazenamento em casa dos chocolates que serão dados de presente, ensejando que os consumidores deixem para comprar nos últimos dias. No entanto, é importante que os gaúchos se programem e antecipem suas compras. Na última hora, certamente não encontrarão as marcas mais cobiçadas", sugere o presidente.
A estimativa é que nove em cada 10 consumidores comprem seus presentes nas lojas do setor. Entre os ovos de chocolate, a procura dos consumidores será por itens menores e mais baratos. Pensando nisso, a indústria reduziu os tamanhos de algumas marcas de ovos. Os da categoria "premium", mais caros e adquiridos majoritariamente para presentear, deverão representar cerca de 12% das vendas. A exemplo do ano passado, a tendência é que os consumidores procurem ovos menores para as crianças, mas com brinquedos maiores. "Este comportamento está diretamente ligado ao poder crescente de decisão que as crianças exercem na escolha dos seus presentes de Páscoa. Elas, em geral, buscam o brinquedo ou o personagem da moda, e não o chocolate", aponta Longo.
A pesquisa
Durante os meses de janeiro e fevereiro, foram ouvidos 20 supermercadistas de todo o Estado e de empresas de diferentes portes, para detectar tendências, prognósticos e os números da Páscoa deste ano, que já começa a ser trabalhada nas quatro mil lojas de supermercado em todo o Estado. Pela primeira vez desde a criação da pesquisa, a Agas questionou a forma de pagamento nas lojas do setor. O estudo mostra que os meios eletrônicos de pagamento já representam mais da metade das vendas da data. Enquanto 48,1% dos consumidores devem utilizar dinheiro, o pagamento com cartões de crédito e débito devem representar 22,5% e 16,9% das vendas. Há também os que optam por tíquete (4,2%) e cheque (3%).
Ao todo, os supermercados do Rio Grande do Sul vão comercializar 8,5 milhões de ovos de chocolate, que deverão alavancar um faturamento de R$ 120,6 milhões para o setor. Entre os bombons, a estimativa da Agas é de que pelo menos 6,4 milhões de caixas sejam comercializadas para a data, mais R$ 33 milhões de receita.
Outros produtos típicos
Outros itens ganham evidência nos carrinhos de compras às vésperas da Páscoa. Durante a Semana Santa, a procura por peixes chega a triplicar em relação aos demais meses do ano. a previsão é 11,5% de aumento na venda de pescados. “Devido às dificuldades de fornecimento de peixe fresco, 95% dos pescados vendidos serão congelados", destaca o presidente. Entre os vinhos, o crescimento na comercialização deverá ser de 5%, com destaque para a indústria nacional. Já as colombas pascais deverão apresentar um incremento de 3,6% nas vendas, conforme aponta o estudo.
Foto: Carina Furlanetto