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Vida de quem leva mensagens positivas a pacientes internados

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Uma palavra pode ser suficiente para mudar o dia de alguém. Em momentos delicados, como em uma internação, sentir o carinho de quem se ama faz toda a diferença. Essa é a proposta do “Correio de Positividade”, projeto desenvolvido pelo Grupo de Humanização do Hospital Tacchini para pacientes das UTIs Adulto, Pediátrica e Neonatal. 

Às quintas-feiras, as voluntárias Sandra Dornelles e Ivone Ambrosi vestem-se com roupas coloridas ou fantasias e acessórios e passam de quarto em quarto lendo cartas escritas pelos familiares dos pacientes. A gratificação de poder ajudar a amenizar qualquer tipo de sofrimento é a principal motivação. “Quando a gente põe a roupa, se transforma”, comenta Ivone, professora aposentada e uma das idealizadoras da proposta. Há quatro anos, ela participa das ações do Grupo de Humanização, já tendo atuado anteriormente nos setores de Oncologia e Pediatria. O novo projeto teve início cerca de um ano e meio, a partir da necessidade de incluir também os pacientes da UTI nas ações realizadas. Surgiu, então, a ideia de colocar uma caixa na porta das unidades, onde os familiares são convidados a deixarem suas mensagens. Mesmo quem não tem uma carta destinada recebe a visita. “A gente percebe que eles recebem isso de uma maneira tão gratificante que nos motiva a voltar”, explica.

Antes de iniciar as visitas, as voluntárias precisaram de um treinamento para saber como se portar no ambiente da UTI, que tem regras mais rígidas do que nas demais unidades de internação. Elas garantem que mesmo pacientes sedados dão sinais de estarem compreendendo o recado. “Eles têm alguma reação, mesmo que pequena. A gente percebe”, comenta Sandra, que é estudante de Farmácia e, há seis anos e meio, trabalha no Hospital Tacchini – atualmente é colaboradora da farmácia Tacchimed do bairro Botafogo. Apesar da pouca experiência nesse tipo de ação, ela não hesitou em aceitar o convite para integrar o Grupo de Humanização. “No começo tinha um pouco de vergonha e receio por não saber o que falar, mas gostei e não pretendo parar”, garante.  

O momento da visita é sempre esperado com muito carinho por quem está internado. “Tem uma menina que, quando a gente entra no quarto, chega a parar o que está fazendo para ver qual fantasia estamos usando”, lembra Sandra. “A gente percebe que o trabalho realmente está sendo visto e reconhecido”, acrescenta Ivone. A interação se estende também aos funcionários e familiares, com distribuição de balas e brinquedos.  “O Correio da Positividade é para o paciente, mas nós queremos atingir a todos, também o grupo que os atende”, observa. 

Os laços entre elas e os pacientes vão se estreitando a cada visita – há até os que prometem convidá-las para festas e jantares quando receberem alta. Entre as histórias que ficam marcadas estão aquelas em que o sentimento de gratidão pelo gesto realizado é manifestado. Sandra lembra do caso de um rapaz, que ficou durante várias semanas na UTI e que, após ser transferido para o quarto, as encontrou no corredor e fez questão de agradecer. “Existe uma troca de energia. A gente tenta levar algo bom para quem está passando por essa fase e fazer com que esse momento não seja tão doloroso, por mais que sejam apenas por alguns minutos”, assegura. “Eu volto toda a semana porque isso não faz só bem para quem recebe, faz bem para nós”, complementa Ivone. 

Os recados em sua maioria resumem-se a palavras de incentivo, de saudade, além do desejo de rápida recuperação. Essa também acaba sendo uma oportunidade em que o familiar se permite expressar sentimentos que até então não tinham sido verbalizados, como um “eu te amo”. “É um trabalho necessário, a gente vê que faz a diferença”, pontua Ivone. 

Esta é a 83ª reportagem da Série “Vida de…”, uma das ações de comemoração aos 10 anos do SERRANOSSA e que tem como objetivo contar histórias de pessoas comuns, mostrando suas alegrias, dificuldades, desafios e superações e, através de seus relatos, incentivar o respeito.